Edição Vol.1 No. 23 (2020)

O MULTICULTURALISMO NA ESCOLA E A FORMAÇÃO DE DIRETORES ESCOLARES

Resumo

Vivemos atualmente as promessas de um mundo globalizado. Maior circulação de bens e serviços, maior parceria tecnológica de países ricos com países pobres, maior deslocamento de valores culturais por todos os povos. Mas de forma inversa às promessas, o que se assiste é um aprofundamento gradativo das diferenças culturais. De forma geral, nenhuma sociedade possui homogeneidade do ponto de vista cultural, é multicultural. Em sua acepção ideológica, a noção tem servido para designar uma postura política que se baseia no reconhecimento e na valorização de filiações distintas no espaço público. Nesse espaço social navegam diversas culturas, como conjunto de práticas, representações e crenças, adquiridas pelo indivíduo em sua socialização. Hall (2002, p.83), chama a atenção para o fato de que a globalização tida como um fenômeno ocidental e que a crença na “homogeneização cultural”, por aqueles que acreditam na ameaça que a globalização representa no sentido de “solapar as identidades e a unidades das culturas nacionais”, constitui-se numa visão simplista e unilateral porque apesar da homogeneização global existe “uma fascinação com a diferença e com a mercantilização da etnia e da alteridade” provocando um novo interesse pelo local. No início dos anos 2000, um número cada vez maior de países ocidentais, havia incorporado oficialmente o multiculturalismo à política pública: os governos reconhecem que as tendências multiétnicas, multireligiosas e multiculturais na sociedade moderna havia se tornado irreversível. Na realidade, a questão ideológica mais premente que essas sociedades enfrentam atualmente é como conciliar a diversidade cultural com a manutenção da coesão cívica e política (HEYWOOD, 2010, p. 97).

Publicado

22 de jul. de 2023

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