ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM FRENTE A VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA: UMA CULTURA DE RESISTÊNCIA
Autor(es): BRUNA ALTINO RODRIGUES, JOSÉ ANDERSON ALVES DINIZ, LEANARA GOMES DA SILVA, MAURÍCIO MERCE DA SILVA, RODRIGO AVELAR REIS SA, HIGO JOSÉ NERI DA SILVA

A gravidez, o parto e o puerpério são considerados mais do que eventos biológicos que ocorrem nos corpos femininos, são eventos sociais, que envolvem a gestante, sua família e a comunidade (BRASIL, 2001). O momento do parto é algo magnífico na vida de uma mulher, sendo considerado uma transição para uma nova fase. Esse período é transposto por infinitas dúvidas e medos, e em muitos casos, a mulher pode se sentir sozinha e vulnerável. Ao longo dos séculos as mulheres vêm sendo vítimas de inúmeras formas de violência. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (1996), violência é a imposição de um grau significativo de dor e sofrimento evitáveis. Nessa perspectiva, evidencia-se a violência obstétrica como um tipo específico de violência, e ainda mais violência contra a mulher (ZANARDO, 2017).Segundo García, Diaz e Acosta (2013), uma condição muito frequente entre as gestantes é a falta de informação e o medo de perguntar sobre os procedimentos que irão ser realizados na evolução do trabalho de parto. Esse contexto pode levá-las a se conformarem com a exploração de seus corpos por diferentes pessoas, aceitando diversas situações incômodas sem protestar. Segundo a OMS (2014), grávidas do mundo todo enfrentam abusos, negligência, desrespeito e maus-tratos no decorrer do processo de parto nas instituições de saúde. Essa realidade cotidiana e cruel revela uma grave violação dos direitos humanos e direitos das mulheres (MUNIZ & BARBOSA, 2012).Nesse sentido, este trabalho de propõe a analisar qual o posicionamento e a assistência da de enfermagem ao se deparar com situações de violência obstétrica e como lidar com essa cultura de resistência em si falar e denunciar tais atos.